Milho
Sustentado na casa dos R$ 50,00/sc em São Paulo, o milho no Brasil dá mais sinais de que não irá recuar até a chegada da safrinha no mercado. O driver para um possível recuo na cotação do cereal físico é o dólar, e esse não dá sinais de fraqueza no curto prazo. Na B3, as cotações também seguem em alta, com o vencimento setembro/20 subindo 0,99% no comparativo diário, a preocupação continua com o desempenho da safrinha nos estados e centro-sul do país, o Deral-PR divulgou que o milho em boas condições caiu para 53% da área total.
Em Chicago, o milho com vencimento para julho/20 voltou a registrar desvalorização, desta vez de 1,24%. A estimativa de produção de 406,29 milhões de toneladas aliado a um recuo no consumo das indústrias de etanol de milho, pressionam as cotações e colocam o EUA como um grande competidor nas exportações mundiais para a safra 20/21, o que pode colocar em cheque os envios externos brasileiros estimados em mais de 30 milhões de toneladas.
Boi gordo
O mercado spot de boi gordo continua estável, sustentado tanto pela demanda exterior quando pela retenção dos animais em pasto. Nos últimos dias as chuvas nas regiões Norte e Centro-Oeste melhoraram as condições das pastagens, possibilitando a permanência da boiada no pasto por mais alguns dias, o que deve manter as cotações da arroba estáveis até o final de maio.
Ontem (13/mai), o mercado atacadista paulista foi marcado por um baixo fluxo de vendas, com uma pressão negativa sendo desenhada, mas ainda não aderida. Esta quinta-feira (14/mai), dia tipicamente mais ativo no atacado, deve ditar o tom dos preços a depender da demanda.
Soja
A soja no Brasil já bateu os R$ 115,00/sc nos portos e com as exportações aceleradas, a oleaginosa deve encontrar sustentação durante todo o mês de maio/20. Com a instabilidade política rondando o mercado, a possibilidade de o dólar atingir os R$ 6,00 é cada vez mais clara, logo os negócios futuros e físicos têm fluído bem. No entanto, a China já sinaliza com uma possível redução nas compras, já que os estoques estão se recompondo bem, e logo os envios externos brasileiros devem diminuir.
E o mesmo dólar que felicita o Brasil, pesa sobre as cotações em Chicago, já que o recuo no vencimento de maio/20 da oleaginosa chegou a 1,56% ontem, demonstrando a dificuldade que os produtores norte-americanos têm encontrado para enfrentar a competitividade da soja brasileira na hora de vender para clientes externos.
Agrifatto