O consumo brasileiro de carne bovina está caindo em ritmo rápido em cenário de medidas para contenção do coronavírus, segundo análises do Rabobank e do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O banco cita em relatório divulgado na quarta-feira (22) que houve uma queda de 50% nos abates de bovinos no país em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“As vendas de carne de frango estão melhores que as de carne bovina, com consumidores buscando acessibilidade. As exportações de carne suína para a China não sofreram impactos, o que está ajudando o setor a manter produção estável”, disse o Rabobank.

Diversos frigoríficos de carne bovina brasileiros anunciaram suspensão temporária das atividades em março diante da queda da demanda, principalmente no estado de Mato Grosso.

O Imea disse em relatório publicado na sexta-feira (17) que houve um recuo mais intenso na demanda de carne bovina no estado neste mês de abril.

“Mesmo com a continuidade de exportações para a China, principal cliente mato-grossense, o volume não chega a equilibrar a demanda no consumo interno, visto que 75,8% do destino da carne de MT é no mercado interno e sete frigoríficos ainda estão parados”, escreveram analistas do Imea no relatório.

Apesar da redução no ritmo das demandas doméstica e internacional, o Imea afirma que os preços na ponta da cadeia permaneceram praticamente estáveis na semana passada, tanto no atacado quanto no varejo, com a maior procura por cortes dianteiros.

Analistas do BTG Pactual disseram em relatório divulgado na quarta-feira (22) que, no momento, não há clareza sobre o comportamento dos volumes e mix de vendas de carne bovina no mercado doméstico, já que várias plantas processadoras mais expostas ao mercado interno anunciaram fechamento temporário.

O ritmo das exportações deve continuar sendo um fator-chave para a lucratividade das empresas de proteínas brasileiras, principalmente para os frigoríficos de carne de frango, segundo o BTG. (CarneTec)