A pandemia de coronavírus causará uma queda histórica de 5,3% na economia da América Latina e do Caribe em 2020, o que levará à pior crise social da região em décadas, com milhões de novos pobres e desempregados, informou a Cepal nesta terça-feira.
Em relatório que avalia os efeitos da pandemia, a agência das Nações Unidas revisou os números regionais, alertando que o maior impacto será na América do Sul, devido à alta dependência das exportações para a China e dos preços das matérias-primas, e no México, com uma contração esperada de 6,5% este ano.
Em dezembro, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) havia estimado que a economia regional cresceria 1,3% este ano, já em meio a uma desaceleração geral. Agora, prevê que 19 das 20 economias latino-americanas e 31 das 33 da região e do Caribe encolherão.
“A crise na região em 2020, com queda de 5,3% no PIB, será a pior de toda a história”, afirmou a Cepal. “Para encontrar uma contração de magnitude comparável, é preciso voltar à Grande Depressão de 1930 (-5%) ou a 1914 (-4,9%)”, acrescentou.
A queda regional deixará quase 30 milhões a mais de pobres e ampliará os níveis de extrema pobreza, alertou a agência, que também prevê que a taxa de desemprego será de cerca de 11,5%, um aumento de 3,4 pontos percentuais ante o nível de 2019, o que representa 37,7 milhões de pessoas.
No relatório, a Cepal recordou que a região já apresentava fraco desempenho nos cinco anos anteriores, com crescimento de 0,4% no período 2014-2019, o menor desde a década de 1950.