Milho

A movimentação atual da B3 tem auxiliado pecuaristas que buscam fazer proteção de alta do milho. A cotação do contrato para maio/20 já caiu 13,64% desde o pico registrado no dia 13/03/2020, fechando ontem (16/04) a R$ 45,55/sc. Essa variação quando confrontada com os preços do boi gordo na B3 para maio/20 mostram a melhor relação de troca milho/boi dos últimos 30 dias, de 4,11 sc/@. Ainda que não seja o cenário ideal, a desvalorização do cereal traz certo alívio para quem necessita adquiri-lo, mas visualizava um mercado pressionado.

A pressão sobre o preço do milho advém, principalmente da demanda, pois, o mercado ainda busca um norte sobre o comportamento dessa. Já que nos EUA, a retomada no consumo ainda será lenta e a queda de braço entre Rússia e Arábia Saudita sobre os preços do petróleo diminuem a atratividade do etanol (principal subproduto do cereal nos EUA). A grande questão é até onde irá o rally de baixa na CBOT, já há palpites de um milho a US$ 3,00/bu em um futuro próximo.

Boi gordo

As vendas de carne bovina no atacado permanecem de lado, porém, a ponta vendedora ainda consegue manter a estabilidade dos preços – carcaça casada bovina encerrou a quinta-feira (16/04) a R$ 12,90/kg. No varejo, os preços passaram por reajustes positivos na última semana, o que está dificultando o fluxo de saída dos cortes bovinos.

Sem grandes novidades na conjuntura do boi gordo. As indústrias frigoríficas, que atendem o mercado interno, mantêm o pé no freio na aquisição de matéria-prima enquanto o consumo interno continua patinando. Os preços praticados permanecem na faixa dos R$ 185 – 195/@ nas praças paulistas.

Porém, aquelas que possuem habilitação para o mercado externo – especialmente China – seguem com as compras aquecidas, ofertando um ágio de até R$ 15,00/@ em animais padrão para exportação.

Soja

A preocupação no mercado da soja segue na porção norte da América, já que as vendas semanais externas da oleaginosa norte-americana da safra 19/20 ficaram em 244,7 mil toneladas e 60 mil toneladas para a safra 20/21. O total comercializado preocupa, pois, as estimativas contavam com ao menos vendas de 350 mil toneladas e deixa o mercado atento ao possível não preenchimento da meta de exportação da oleaginosa norte-americana, que está em 48,31 milhões de toneladas.

No Brasil, a colheita da soja já vai praticamente se encerrando, o produtor que não comercializou seu grão vai aproveitando as cotações elevadas e realiza ganhos com boas margens. O cenário de dólar elevado tem estimulado fortemente as vendas futuras no Brasil e com as incertezas mundiais sobre o real impacto da COVID-19 na economia global, o fortalecimento do dólar deve continuar sustentado.