Milho
A trajetória de queda no mercado físico segue firme para o milho brasileiro, apenas ontem o recuo registrado foi de 4,27%, atingindo o valor de R$ 53,79/sc – menor patamar dos últimos 43 dias. A demanda interna dá sinais mais forte de retração, com consumidores do cereal saindo das compras e pressionando para baixo o mercado físico.
Na B3, o contrato para jul/20 voltou a registrar queda, desta vez de -0,65% e fechou a R$ 44,12/sc. Ainda que haja preocupações com o clima em algumas regiões do Brasil, o bom desenvolvimento da 2ª safra de maneira geral e a previsão de aumentos dos estoques nos EUA, não tem dado margem para altas do cereal. Na CBOT, o milho continua em queda, ontem a desvalorização registrada foi de 1,19%, com o cereal atingindo a casa dos US$ 3,325/bu.
Boi gordo
O fluxo de saída de carne bovina no varejo continua baixo, salientado pelo isolamento social da população que limita o consumo em bares, restaurantes e fast food. Nos supermercados e açougues a saída de cortes de segunda ganham a preferência do consumidor.
Neste ambiente, as indústrias que atendem somente o mercado interno continuam a trabalhar com escalas curtas e cautela ao adquirir matéria-prima. Entretanto, com a chegada da segunda quinzena do mês, momento de menor capitalização do consumidor, o cenário continua com pressão baixista.
Na B3, os contratos futuros passaram por reajustes positivos. O abril encerrou a terça-feira (14/04) em R$ 194,65/@ – alta diária de 1,65%. E o maio em R$ 185,05/@ (+1,96%).
Soja
No mercado externo a movimentação segue baseado na expectativa de diminuição da demanda pela oleaginosa norte-americana, a cotação do contrato para mai/20 fechou em US$ 8,47/bu, desvalorizando 0,88% no comparativo diário, esse é o menor valor registrado desde o dia 19/03/2020. O consumo do farelo de soja segue incerto para os norte-americanos, visto que grandes processadoras de carne têm reduzido operações e, consequentemente, menor consumo deste.
No Brasil, a cotação da soja segue sustentada pela demanda firme chinesa e o dólar com resistência na casa dos R$ 5,10-5,20, estimulando os negócios físicos à R$ 101,00/sc em Paranaguá. Em Mato Grosso, maior produto de soja do país, os valores atrativos da oleaginosa para a safra 20/21 tem estimulado a comercialização a patamares recordes, 30,23% da produção estimada para a próxima safra já foi negociada. No mesmo período do ano anterior, o nível de comercialização estava em 8,20%.