Pouco mais de dois meses atrás, o restaurante Jinyuan Fucheng Beef Hotpot, situado no norte de Pequim, tinha uma fila longa de clientes do lado de fora quase todas as noites da semana.

Agora, o restaurante para 800 pessoas mal preenche 20 mesas por dia, já que a maioria das pessoas ainda receia jantar fora depois que a doença respiratória contagiosa causada pelo novo coronavírus matou mais de 3.300 pessoas e infectou quase 82 mil na China.

A redução acentuada dos negócios nas redes chinesas de restaurantes de ensopado e churrascarias antes florescentes está atingindo duramente a indústria global de carne bovina — antes os principais exportadores vinham aumentando os suprimentos para atender a demanda chinesa crescente.

A China é o segundo maior mercado de carne bovina do mundo, só perdendo para os Estados Unidos, e o que mais cresce, graças ao aumento da renda, que elevou as importações em ao menos 20% ao ano nos últimos cinco anos.

Embora os chineses consumam muito mais carne de porco, a epidemia de febre suína detectada em agosto de 2018 reduziu o rebanho suíno do país em cerca de 50% e também fez os consumidores procurarem mais carne bovina.

Em 2019, as importações chegaram a 1,7 milhão de toneladas, 60% mais do que no ano anterior, e cerca de 70% deste montante foi consumido em restaurantes, de acordo com estimativas de analistas e de fontes da indústria.

Agora, a procura está “muito fraca”, disse um comerciante de uma estatal que compra do Brasil, Argentina e Uruguai e que está encomendando cerca de 30% dos níveis do ano passado. (Reuters)