O FMI e a Organização Mundial da Saúde pediram nesta sexta-feira aos líderes dos países em desenvolvimento que priorizem o pagamento de pessoal médico, compra de equipamentos de proteção e outros gastos em saúde em resposta à pandemia de Covid-19.
Em uma coluna conjunta no jornal Telegraph, do Reino Unido, os diretores das duas instituições disseram que controlar o novo coronavírus é um pré-requisito para revitalizar a economia global e que é fundamental encontrar o equilíbrio certo ao gastar com ajuda emergencial.
“Nosso apelo conjunto às autoridades, especialmente nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, é para reconhecerem que a proteção da saúde pública e o retorno das pessoas ao trabalho andam de mãos dadas”, escreveram Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, e Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“À medida que o financiamento para apoiar orçamentos públicos severamente restritos chega aos países necessitados, nosso pedido conjunto é que coloquem as despesas de saúde no topo da lista de prioridades”, disseram.
Os líderes do FMI e da OMS também enfatizaram seu pedido conjunto com o Banco Mundial de alívio da dívida para os países mais pobres, uma etapa que ainda não foi apoiada pelas principais economias do Grupo dos 20 (G20).
Georgieva e Tedros disseram que os gastos com saúde são críticos para proteger as pessoas contra a pandemia e devem ser combinados com iniciativas para reduzir o desemprego, minimizar as falências e fortalecer as economias devastadas por grandes paralisações.
Transferências em dinheiro, subsídios salariais, benefícios reforçados de desemprego e outras medidas desse tipo devem complementar — e não substituir — gastos com saúde e até campanhas de conscientização pública sobre a lavagem das mãos, escreveram.
Isso é crítico, dado o estado despreparado dos sistemas de saúde em muitos países e o fato de que o distanciamento social é impossível em favelas urbanas altamente congestionadas, disseram eles.
O FMI recebeu pedidos de 20 bilhões de dólares em financiamento de emergência de 85 países, número sem precedentes, e começou a desembolsar os primeiros valores para países como Quirguistão, Honduras e Ruanda.
O Fundo planeja dobrar seus fundos de emergência de 50 bilhões para 100 bilhões de dólares, e seus membros agiram para aumentar sua capacidade de empréstimo total de 1 trilhão de dólares, escreveram. (Reuters)