O Brasil registrou uma queda de 26,9% no volume de cargas transportadas por caminhões entre os dias 23 e 29 de março, na comparação com o movimento registrado antes das medidas contra o coronavírus, que determinaram o fechamento de companhias e serviços, segundo pesquisa realizada pela associação de empresas de transporte NTC&Logística, divulgada nesta quarta-feira.
O levantamento, que envolveu transportadoras, mostrou ainda queda de 30,9% no transporte de cargas fracionadas, que atendem distribuidores e lojas; e redução de 23,2% na demanda por cargas lotação (em geral, compostas de um só tipo de produto que ocupa toda a capacidade dos veículos).
Nos números gerais, a pesquisa mostrou uma certa estabilidade em relação aos problemas apontados em levantamento semelhante que considerou somente o início da semana passada.
Considerando apenas o agronegócio, a queda na demanda por transporte é de 12,4%. Já a demanda por transporte de produtos vendidos por lojas, muitas delas fechadas por medidas contra o coronavírus, caiu 75%.
Por outro lado, a pesquisa apontou aumento de 23% na demanda por transporte de produtos vendidos em supermercados, uma atividade considerada essencial durante a crise que está correndo para atender a população.
O responsável pela pesquisa, Lauro Valdivia, disse que há disponibilidade de transporte de sobra no Brasil e que setor está contornando problemas como escassez pontos de paradas abertos para caminhoneiros nas estradas, uma questão que, segundo segmentos do agronegócio, está afetando a contratação de transporte.
Para ele, os principais problemas para transporte são associados a férias coletivas das indústrias e incertezas sobre funcionamento de estabelecimentos que recebem cargas.
No caso de setores do agronegócio, que têm alegado aumento no custo do frete por supostamente haver falta de caminhoneiros dispostos a fazer viagem sem certeza sobre a infraestrutura na rodovia, o especialista da NTC disse que o dito aumento dos custos está associado ao transporte de uma safra recorde de soja para os portos. (Reuters)