Estamos vivendo um momento muito delicado e incerto no contexto internacional, com efeitos da covid-19 e, principalmente, pela guerra na Ucrânia. As perspectivas são incertas e os rumos cada vez mais difíceis de se analisar. No Brasil são inúmeros os desafios internos e externos, apresentando vulnerabilidades e oportunidades para 2023. Foi assim que sintetizou o cenário do comércio exterior no Brasil o diretor-presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), o embaixador Rubens Barbosa. As informações desta notícia são da Efficienza, empresa especializada na assessoria de comércio exterior, divulgadas à imprensa na quarta-feira (26).
Em 2021, o Brasil ocupou o 25º lugar como exportador no mundo, com o montante de US$ 281 bilhões exportados, o que corresponde a 1,3% do comércio de exportações. Na outra mão, o país foi o 27º maior importador, com 1% do total das importações, correspondentes a US$ 235 bilhões.
Na análise de Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, existem inúmeros desafios que precisam ser enfrentados internos e externos. “Quando falamos do comércio exterior, o Brasil poderia ter apresentado um resultado mais efetivo se não fossem as greves internas, principalmente quando tratamos da paralisação dos auditores fiscais”, disse ele em nota.
A meta de fazer o Brasil subir no ranking confronta com os inúmeros desafios internos e externos. A perspectiva da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para o comércio exterior brasileiro no próximo ano é entender o efeito “preço” que afetou tanto as exportações como as importações. A instituição ainda mostra uma perspectiva para a economia mundial nos próximos dois, três anos, não promissora.
O novo governo brasileiro vai coincidir com um cenário internacional bastante desaquecido, mesmo que internamente os números sejam otimistas e crescentes. Além disso, também estão postos outros desafios: como o refino e o fortalecimento da indústria nacional.
“Por mais que o cenário apresente incertezas, partirá do próximo governo a análise de todo o processo logístico e de comércio entre os países no próximo ano. Lembrando que conflitos como a guerra da Ucrânia, além da relação com a Rússia e China, são peças-chaves para a próxima gestão”, disse Pizzamiglio.
Segundo ele, três em cada cinco empresas que exportam ou importam foram altamente afetadas pelas condições do mercado marítimo internacional nos últimos meses. Ao todo, 83% das exportadoras e 71% das importadoras precisaram suspender ou postergar algum embarque.
Dentre as empresas que tiveram de suspender ou postergar o transporte de produtos, muitas não conseguiram cumprir contratos com clientes. Isso ocorreu para 90% em exportações e 80% em importações, devido às dificuldades ocasionadas por problemas na logística mundial, segundo dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Das exportadoras que precisaram suspender ou postergar, 90% relataram descumprimento dos contratos, 91% mencionaram alteração da modalidade de embarque e 94% registaram cobrança adicional sobre o uso do contêiner.
Além do adiamento e suspensão de embarques, outro desafio a ser enfrentado em 2023 é a elevação dos fretes. O custo elevado impactou grande parte das empresas, segundo a nota da Efficienza, que acrescenta: “[o próximo governo] ainda terá que lidar com a melhora do relacionamento com os mercados mais importantes, como os Estados Unidos, Canadá, Europa e China”.
“O Brasil poderá enfrentar os seus desafios por meio da ampliação das relações e do comércio, aproveitando o valor dos produtos no comércio exterior e expandindo a oferta de produtos para outros países”, finalizou Pizzamiglio.
Fundada em 1996, a Efficienza afirma se destacar como solução integral na área de despacho aduaneiro, logística internacional e assessoria em comércio internacional, detendo 4% do market share de drawback e isenção no Brasil.
(CarneTec)